Ana Plácido



Não podemos estudar Camilo Castelo Branco sem fazer referência ao nome Ana Plácido, a paixão que o levou à prisão, a mulher que o acompanhou e o apoiou até ao fim.

Ana Augusta Plácido nasceu em 1831. Filha de António José Plácido Braga e de Ana Augusta Vieira, ficou conhecida como “a companheira de Camilo”.

Ana Plácido não foi uma mulher comum. Além de ter enfrentado a sociedade do século XIX ao abandonar o marido – Pinheiro Alves – por amor a Camilo, Ana foi escritora num país onde não era permitido a uma senhora “além de conversar, sorrir, amar, dançar – pensar!” , como se pode ler na introdução, escrita por Júlio César Machado, ao livro Luz coada por ferros.

Colaborou em jornais e revistas (Gazeta Literária, Revista Contemporânea, O Nacional, O Futuro…), traduziu alguns romances de Amédée Achard e Benjamin Constant e escreveu Luz coada por ferros (1863) e Herança de Lágrimas (1871). Utilizou os pseudónimos Lopo de Sousa, Gastão Vital e A. A..

Na obra Luz coada por ferros transparece uma mulher amargurada “coração crucificado pela dor e pela crueza d’um mau destino”. Dedica a obra à irmã – Maria José Plácido – e afirma que “das muitas pessoas que me cortejavam nos dias opulentos, poucas ou nenhumas me conhecem hoje.”

Ana Plácido foi “uma mulher extraordinariamente forte e até de carácter viril”, afirmou Maria Amélia Campos, autora da primeira biografia de Ana Plácido - Ana, a lúcida – em declarações à Lusa.

Ana Plácido morreu em 1895.